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Chama-se «acto penitencial» a uma breve oração que se diz no rito de entrada da Missa: depois da saudação e da primeira monição.
Embora seja novidade, este acto penitencial é um elemento interessante e pode resultar pedagógico.
A comunidade, não antes de comungar (como se fazia antes) ou depois das leituras (como também teria muito bom sentido),
mas já antes de escutar a primeira leitura, pede a Deus que purifique, que lhe dê força, e invoca Cristo,seu Senhor, pedindo-lhe a sua ajuda.
Também para escutar com proveito,a palavra de Deus - a «primeira mesa» para a qual o Senhor nos convida - necessitamos de um coração purificado.
Começamos a celebração com atitude de humildade, de pobreza conscientes da nossa debilidade e, ao mesmo tempo, com confiança em Deus.
Há três modelos de acto penitencial no nosso Missal. O primeiro é a recitação comunitária da «Confissão».
O segundo é um breve dialogo: «Senhor, tende misericórdia de nós, porque pecámos contra vós...»
O terceiro é uma série de aclamações a Cristo o Senhor, com a resposta «Senhor,tende piedade de nós», ou seja,
incorporando o «Kyrie» ao acto penitencial.
A dinâmica deste momento é como se segue:
O presidente faz um convite à atitude de humildade e confiança;
segue-se um momento de silêncio geral; então, realiza-se a oração, numa das três formas acima descritas; e tudo termina com o que se chama «oração de conclusão», que é uma absolvição em forma de petição.
Nas últimas edições do Missal, oferecem-se sete formulários de convite, mais de vinte formulários completos para as três aclamações cristológicas, segudo os diversos tempos do ano.
A conclusão é sempre a mesma: «Deus todo poderoso, tenha compaixão de nós...» O tom é mais de reconhecimento da grandeza, da santidade e da bondade de Deus, ou de Cristo, que da nossa miséria.
As aclamações começam quase sempre com a expressão: «Vós que...», descrevendo ou confessando a nossa situação de pecado.
Sendo importante, o acto penitencial não é absolutamente necessário na estrutura de Missa.
Pode-se, segundo os livros litúrgicos, suprimir quando no rito de entrada há outros elementos equivalentes: uma procissão especial (Domingo de Ramos, exéquias...), os salmos de Laudes ou Vésperas, a aspersão dominical, Celebração do baptismo e do Matrimónio, etc.
Noutras ocasiões, como em Quarta-feira de cinzas, traslada-se para depois das leituras, convertido no gesto simbólico da imposição das cinzas, respondendo assim ao convite das leituras à conversão quaresmal.
Pe.Ângelo
in Farol 702